quem fuma por aí

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Fantasies about...

Vi-te sair do comboio. Vinhas de óculos escuros mas reconheci-te das fotos por causa do cabelo. Fiz-te logo sinal por isso não sei se também me reconheceste. Cumprimentámo-nos e eu ri e disse uns disparates, sempre nervosamente. Não me lembro se nessa altura cheguei a sentir o teu cheiro. Pusemos o teu saco no meu carro e perguntei-te onde querias ir. Respondeste-me que eu é que sabia. Eu é que era de cá, eu é que conhecia os sítios. "Sim, mas tu é que sabes se te apetece comer qualquer coisa, se queres descansar, se queres ir a algum sítio". Disseste: "Quero fazer amor contigo já". "Então vamos para o teu quarto." Metemo-nos no carro. Não me tocaste na mão, nem ao de leve no cabelo. Entrámos como se fossemos velhos conhecidos com um destino banalíssimo. Perguntaste-me se não me surpreendeu o que disseste. "Acho que já nos conhecemos suficientemente bem". Sugeri que parássemos antes. Comprar uma garrafa de vinho, por exemplo. Água. Não tinha ido preparada, por isso também uma escova de dentes. Na área de serviço peguei numa embalagem de toalhetes, daqueles para tirar a maquilhagem e fiz uma piada. Outra piada nervosa "com isto, amanhã acordas ao meu lado e apanhas um susto". E nessa altura, se calhar para me calar, é que me agarraste e me beijaste. E senti tudo o que uma pessoa que é beijada por ti pela primeira vez deveria sentir.


Fantasias são isso mesmo. Irrealizadas/irrealizáveis. De outro modo podem tornar-se muitas vezes desagradáveis, ao contrário do seu objectivo inicial. Não seguem normas morais nem sociais. Isto para os que possam ter fantasias, ou, mais ainda, para quem possa sentir-se alvo delas

Sem comentários: