quem fuma por aí

sábado, 20 de outubro de 2007

Isto sim magoa

E a minha dor de corno fica adiada quando uma coisa assim acontece.
Ontem soube que o meu melhor amigo - marido da minha melhor amiga - foi para o hospital com uma série de sintomas que antecedem um AVC. São os melhores amigos que eu podia ter.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Diário da minha dor de corno #1

Não posso estar sempre a rir e sempre bem disposta como quando nos conhecemos. Ainda por cima tu não discutes comigo. Se reagisses, se me respondesses quando te provoco, talvez as coisas me passassem e eu não andasse sempre de má cara. Mas tu não dizes nada: não me dás justificações para o que fazes, não me mandas à merda, não me dizes nada. Calas-te e vais ficando cada vez mais zangado e mais farto de mim. E assim, realmente, eu não posso ser a pessoa sempre a rir e sempre bem disposta que era no início. Que te fechava os olhos enquanto conduzias, que te enfiava a língua na orelha, que te dizia coisas porcas ao ouvido no cinema.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

"- Gostavas de rapazes que atiravam a matar.
- Sim, basicamente mercadores de sexo. A pandilha da líbido. Não era capaz de lhes resistir. Não sabia jogar com eles. Isso foi uma coisa que não cobrimos naquele seminário. E, claro, eu era um estimulante para os que me queriam e que eu não queria. O que me punha doida era que havia sempre alguém atrás de mim apaixonadamente, a telefonar-me, a seguir-me e a inundar-me de convites. Sabes, no fundo, a sufocar-me. E, ao mesmo tempo, havia o amante ausente, que se tinha ido embora e não estava interessado, ou a jogar uma data de jogos comigo, e eu fiquei um pouquinho doida, mais ou menos destrambelhada. Acontece. Estava tudo bem a princípio, mas o erro foi isso estar sempre a acontecer e parecia que eu não conseguia sair dali. E tem sido essa a minha nemesis. Tem sido sempre isso.
- Não tiveste relações que fossem cheias, que fossem agradáveis?
- Mais ou menos.
- O que aconteceu a essas?
- Aborreci-me."


Embora fale de mim, foi tirado daqui:
Philip Roth, Traições