quem fuma por aí

terça-feira, 30 de março de 2010

não havia de valer

hoje a tristeza voltou. já percebi que é recorrente, inevitável. não vale a pena lutar contra isto, contra a minha natureza que é obviamente melancólica, e resta-me ir aprendendo a viver assim. como uma pessoa que tem uma doença crónica, eu tenho de aprender a viver com a minha condição triste e deprimida. aproveitar os dias melhores. preparar-me para os piores. não esquecer a medicação. não dormir demais. não dormir de menos. evitar beber apenas para evitar as depressões e as taquicardias das ressacas. evitar certos lugares, certas pessoas. evitar certas memórias. (como se isso fosse possível.) depois há todas aquelas coisas que sabemos que nos fazem bem mas que insistimos em não cumprir. em não procurar. por preguiça. por esta espécie de masoquismo inerente à condição do depressivo, ou deprimido. por desistência. ou apenas pela imensa falta de vontade de tudo, quando nos sentimos assim. mas nem sempre sou assim. há alturas em que tenho tesão pela vida. deve ser por isso que há quem diga que sou bipolar. mas nestas alturas não me lembro do que gosto na vida. ou lembro-me, mas não há ressonância afectiva. beber baldes de café e continuar com sono. com um sono que dura o dia inteiro. semanas, às vezes.

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